Pode o cristão fazer tatuagens ou colocar piercings
em seu corpo?
2 Coríntios 5.17 – Gálatas 2.20
1 Coríntios 10: 23 a 33 – I Corintios
3:16-17
Conhecida como “Body Modification“, a
prática de fazer modificações no corpo tem atraído a muitos, principalmente
jovens e adolescentes.
Um pouco menos radical e bem mais
comum entre a galera, está o uso de piercings e tattoos.
ORIGEM
De acordo com estudos feito por
antropólogos usar a pele para tatuar imagens e introduzir adornos é um costume
que vem de civilizações muito antigas. Achados arqueológicos (alguns com mais
de 4 mil anos) comprovam seu uso em várias culturas primitivas, como Egito,
Índia, Nepal, Malásia, Tailândia, Maia, Asteca, Nova Zelândia, etc…
A popularização de tais práticas nos
grandes centros urbanos advém dos anos 70, com os punks e hippes na Inglaterra
e o movimento gay nos EUA (porque os gays usavam brincos?). A moda chegou ao
Brasil com força total na década de 80, primeiramente entre as “tribos” do
underground e culturas alternativas, se disseminando entre artistas e
roqueiros, espalhando-se depois entre as mais diversas camadas sociais
tornando-se um símbolo pop.
SIGNIFICADOS DIVERSOS
A origem dos piercings e tatuagens
está ligada a costumes de muitas civilizações antigas, e possuem vários
significados de acordo com cada época e cultura.
No Egito, piercings no
umbigo eram identificadores de realeza e beleza. Uma forma de cultuar o corpo e
a sensualidade.
Os Maias usavam tatuagens
e piercings por motivos religiosos, estéticos e também para inibir os inimigos.
No oriente (China, Japão), a tatuagem era
uma espécie de homenagem a uma determinada divindade.
No Império Romano, os escravos eram
tatuados como sinal de senhorio. Entre os hebreus perfurar a orelha simbolizava
um pacto de escravidão (Ex 21.6).
Em várias culturas antigas, a
tatuagem era feita por feiticeiros, como parte de rituais de passagem ou de
cultos pagãos, crendo que o sangue que saía das feridas levava consigo os espíritos
malignos.
Na Europa do séc. XVII, a tatuagem
passou a ser usada pelos marujos como um talismã, distinguindo-os dos demais.
No Holocausto, nazistas, tatuavam os
prisioneiros judeus para ofenderem sua fé e dignidade.
Em algumas regiões da Europa e também
nas Américas, era comum as prostitutas levarem uma marca de seus cafetões, como um
atestado de propriedade.
Os membros da máfia japonesa Yakuza, tatuavam
grande parte do corpo como prova de coragem e de fidelidade à gangue.
Nas últimas décadas popularizou-se o
uso de tatuagens por presidiários, que tatuam o corpo com marcas que
revelam sua personalidade, exibem o delito que cometeu, diferenciam a facção à
qual pertencem ou ainda servem como uma espécie de código, com alguma mensagem
oculta.
Tatuagens e Piercings são
frequentemente relacionados à atitude de agressividade e rebeldia, com uma
conotação de rompimento com os pais, o núcleo familiar e a sociedade vigente.
Uma maneira de externar descontentamento e o desejo de uma vida alternativa,
marginal, contrária à ordem estabelecida. Inclusive alguns setores
profissionais simplesmente não contratam funcionários que tenham qualquer tipo
de modificação em seu corpo, alegando que alguns adereços transgridem a visão
de seriedade que a empresa ou instituição deseja transmitir.
A classe médica também tem suas
restrições. Inúmeros estudos e pesquisas têm apontado os riscos de tais
práticas que, mesmo seguindo todas as prescrições de higiene e realizadas por
profissionais devidamente habilitados, podem acarretar infecções das mais severas,
abscessos, alergias, quelóides e até hemorragias.
1. O que a Bíblia diz sobre Tatuagem?
O único texto que fala a respeito de
tatuagem na Bíblia encontra-se em Levítico 19:28: “Pelos mortos não dareis
golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o SENHOR.”
(Edição Almeida Revista e Corrigida).
28 “Não fareis incisões na vossa
carne por um morto, nem fareis figura alguma no vosso corpo. Eu sou o Senhor”.
Edição ave Maria.
Este texto faz parte de um conjunto
de leis dadas por Deus ao povo de Israel. O contesto desse texto é o mesmo de
outros mandamentos tais como a proibição de tocar em algum animal morto (Lv
5:2), de comer carne de porco (Dt 14:8) ou de se sentar na mesma cadeira onde
antes se assentara uma mulher que estava “menstruada” (Lv 15:20). Tais práticas
são inocentes em si mesmas. Elas foram consideradas erradas no antigo Israel
por causa de sua associação com práticas pagãs.
Agora quais leis expressam o caráter
e a santidade de Cristo? Quais podem ser identificadas como fruto produzido
pelo Espírito Santo na vida de um indivíduo?
Podemos encontrar a resposta
verificando quais delas se repetem em outros textos das Escrituras e do Novo
Testamento. Com esta regra simples e básica de hermenêutica aplicada às
leis citadas acima, não é difícil concluir que:
a) mesmo desfrutando da Graça de Deus
e tendo sido libertos da escravidão da Lei, espera-se que aquele que foi
justificado por Cristo não furte mais, não busque vingança e honre os pais e
também os anciãos;
b) por outro lado, não há em nenhum
outro lugar da Bíblia, além da Lei Mosaica, algo que indique ser pecado o
ato de “fazer marcas no corpo”.
É verdade porém, que existem várias
citações bíblicas que condenam quaisquer rituais em favor dos mortos. Não
encontramos na Bíblia condenação ao ato puro e simples de fazer marcas no
corpo,
MAS a Bíblia, a Palavra de Deus é
explicitamente contra fazer QUALQUER COISA,
sejam elas o que for (Tatuagens, pircings, brincos, fumar, beber, dançar,
jogar, malhar. Ouvir músicas, etc) se as mesmas tiverem qualquer tipo de
relação com:
Homenagem a mortos, Hedonismo,
idolatria etc..
O hedonismo (do grego hedonê,
“prazer”, “vontade”) é uma teoria ou doutrina filosófico-moral que afirma ser o
prazer o supremo bem da vida humana. Surgiu na Grécia, e importantes
representantes foram Aristipo de Cirene e Epicuro.
O significado do termo em linguagem
comum, surgiu no iluminismo e designa uma atitude de vida voltada para a busca
egoísta de prazeres momentâneos. Com esse sentido, “hedonismo” é usado para designar
o culto ao corpo, à beleza, à personalidade etc.
2. O que a Bíblia diz sobre Piercing,
brincos e ou arrecadas (alargadores)?
Encontramos na Palavra de Deus alguns
textos que fazem referência a isso. Gênesis 35:4 e Êxodo 32:2-3 descrevem
homens e mulheres que usavam brincos nas orelhas como um tipo de adorno. Em
Ezequiel 16:12 o brinco feminino aparece como uma jóia presenteada pelo próprio
Deus. Tal adereço aparece também em outros textos, e em nenhum deles é tido
como algo que o Senhor não aprova.
O texto usado como base para condenar
o uso de brincos (para os homens) e piercings em geral, encontra-se em Êxodo
21:1-6: “Então seu SENHOR o levará aos juízes, e o fará chegar à porta, ou ao
umbral da porta, e seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o
servirá para sempre” (Ex 21:6).
Aqui lemos que a prática de perfurar
a orelha entre os judeus era símbolo de uma aliança de escravidão voluntária.
Todas as pessoas que vissem um homem com orelha furada saberiam que ele
escolheu, de livre e espontânea vontade, ser escravo de alguém. Note que não é
uma referência ao uso de brincos, mas sim ao ato de furar a orelha.
Tal costume também fazia parte do
conjunto de Leis dado ao povo de Israel, e não encontramos nenhuma recomendação
ou proibição a esta prática nos Livros Proféticos ou no Novo Testamento,
concluindo ser, portanto, algo específico para aquele povo e para aquela época.
Sendo assim, se alguém está
convencido de que brincos, piercings e tatuagens eram uma questão moral para o
povo de Israel, então tal pessoa deve se abster delas. A Bíblia não declara que
existia falhas morais envolvidas no uso de um piercing ou uma tatuagem.
ENTÃO É PECADO OU NÃO USAR TATUAGENS OU
PIRCINGS?
O texto de 1 Coríntios 6:12 alerta:
“Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”. Nem tudo é conveniente para o
cristão, mesmo não sendo pecado. Há que se usar o bom senso em cada situação.
O jovem cristão que pensa em praticar
algo ou se utilizar de algum tipo de adorno que transforme permanentemente – ou
não – o seu corpo, precisa antes ponderar séria e demoradamente sobre algumas
questões:
1. Por que quero fazer isso no meu
corpo? (LER) “…quer vocês comam, bebam, ou façam qualquer outra
coisa, façam tudo para glória de Deus.” (I Co 10:31)
2. Isto prejudicará outras pessoas?
(LER) “…façamos o bom propósito de não colocar pedra de tropeço ou obstáculo
no caminho do irmão.” Rm 14:13
2.1- Visa o Bem estar de nossos
semelhantes? –(LER) “Não vos torneis causa de tropeço, nem para
Judeus, nem para gentios, nem tão pouco, para a igreja de Deus”.
Aqui Paulo divide a humanidade em
três classes de pessoas:
> Judeus –
Evidentemente a nação de Israel
> Gentios – São todos
os não judeus ainda não convertidos a Cristo
> Igreja de Deus – Todos os
convertidos a Cristo, sejam eles judeus ou gentios.
A advertência aqui é que não usemos
nossos direitos que são legítimos, de modo que sejamos causa de tropeço para
outros.
3. Esta decisão viola de alguma maneira
a autoridade dos meus pais, dos meus líderes espirituais ou governo? (LER) “Aquele que se
rebela contra a autoridade está se colocando contra o que Deus instituiu” (Rm
13.2)
4. Vai causar algum tipo de mal ao meu
corpo? (LER) “O homem bom cuida bem de si mesmo, mas o cruel prejudica o seu
corpo.” (Pv 11:27)
5. Vai deformar de alguma forma a minha
dignidade humana? (LER) “Vivam de maneira digna da vocação que receberam.” Ef 4:1
6. Apresenta alguma aparência do mal?
(LER) “Fujam da aparência do mal.” (I Ts 5:22)
7. A natureza do que pretendo fazer é
para satisfazer desejos carnais ou é para satisfação espiritual? (LER)
“Tudo o que fizerem, seja em palavra ou em ação, façam-no em nome do Senhor
Jesus” (Cl 3.17)
8. Trará edificação ou a glória de
Deus? (LER) “Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem
a Deus com o seu próprio corpo.” (1 Co 6.20)
9. Posso testemunhar da minha fé
enquanto faço isso? (LER) “Estejam sempre preparados para
responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em
vocês.” (1 Pe 3.15)
10. Minha consciência terá paz se eu
fizer assim? (LER) “Combata o bom combate, mantendo a fé e a boa consciência…”
(I Tm 1:18-19)
* Uma resposta honesta a cada uma
dessas perguntas é o que deverá definir sua escolha. São questões pessoais e
diretamente ligadas à consciência, personalidade, e principalmente ao seu
caráter de cristão.
Como agir diante de situações como
essas relatadas?
I Coríntios 10:23
LÍCITO
|
CONVÉM
|
EDIFICA
|
Legal,
Que tem amparo na lei
|
Que é
conveniente ou que é apropriado, ou prudente
|
Edificante,
que produz edificação ou crescimento espiritual.
|
Roney Miguel
Brasília DF.